Em entrevista ao podcast da revista Exame, em São Paulo, o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), ressaltou que os investimentos em infraestrutura nos próximos 5 a 10 anos são a base para o aumento da competitividade e produtividade no agronegócio sul-mato-grossense.
Entre as apostas para consolidar essa estrutura, o governador mencionou as concessões rodoviárias em andamento e projetadas, com destaque para a BR-163, que passou a ser operada pela Motiva, nova concessionária do Grupo CCR.
“Trabalhamos projetos de infraestrutura com atração de capital privado. Um dos ativos em andamento são 1.900 km de rodovias federais e estaduais que vão a leilão. Já temos o da BR-163 e teremos ainda das BRs 262, 267 e MS-040. São R$ 9 bilhões, e nos próximos 10 anos serão R$ 20 bilhões investidos só em rodovia”, detalhou.
Além das estradas, Riedel mencionou investimentos de R$ 800 milhões em aeroportos e o andamento de projetos envolvendo hidrovia e ferrovia. Ele informou que a hidrovia do Rio Paraguai deve ser a primeira do País a ser concedida à iniciativa privada, enquanto o contrato da ferrovia está em processo de repactuação junto ao TCU (Tribunal de Contas da União).
Logística e turismo
Sobre a Rota Bioceânica, o governador destacou a posição estratégica de Mato Grosso do Sul no corredor que deve encurtar em até 14 dias o trajeto de mercadorias brasileiras até a Ásia.
Para além da exportação, ele aposta no potencial da Rota para fomentar novos negócios logísticos e centros de distribuição. “Essa importação ainda não dá pra quantificar, precisa amadurecer a previsão de negócios, mas precisamos lembrar também que a Rota vai ser um motor para o turismo e a cultura”, avaliou.
Pantanal
O bioma pantaneiro também foi pauta da entrevista. Riedel lembrou que um dos primeiros atos de sua gestão foi a criação da chamada Lei do Pantanal, voltada à proteção ambiental com incentivo à produção sustentável. “Houve uma valorização do ativo Pantanal, tanto em relação à biodiversidade quanto ao estoque de carbono”, pontuou.
Para enfrentar as queimadas, o governador afirmou que, embora os ciclos naturais do fogo sejam esperados, o Estado tem se preparado com medidas concretas, como a compra de aeronaves, a instalação de 13 bases do Corpo de Bombeiros em áreas remotas e a melhoria da conectividade nas regiões mais vulneráveis.
