Mato Grosso do Sul está vivendo um novo momento de expansão agrícola com o crescimento acelerado da citricultura. Atualmente, o Estado conta com 15 mil hectares plantados, mas as projeções indicam que essa área pode dobrar nos próximos anos, alcançando a marca de 30 mil hectares. Esse avanço está associado às condições climáticas favoráveis, ao rigor sanitário contra doenças como o greening e ao forte interesse de grandes empresas do setor.
Grandes Investimentos
A expansão da citricultura atraiu gigantes do setor para Mato Grosso do Sul. A Cutrale, uma das principais empresas de suco de laranja do mundo, iniciou sua primeira fase de produção em Sidrolândia, com a intenção de cultivar 4,8 mil hectares e atingir uma produção de 8 milhões de caixas de laranja anuais. O investimento previsto é de R$ 500 milhões, podendo chegar a R$ 1 bilhão.
Outro grande nome, a Citrosuco, está estudando a instalação de um empreendimento na Costa Leste do Estado, entre Campo Grande, Três Lagoas e Paranaíba. Já o Grupo Moreira Sales anunciou um investimento de R$ 1,2 bilhão, iniciando o plantio de laranja em Ribas do Rio Pardo, com previsão de colheita de 8 milhões de caixas e a geração de 1,2 mil empregos diretos e 2,4 mil indiretos.
Além disso, o Agro Terena vai cultivar em 1,2 mil hectares em Bataguassu, enquanto o Grupo Junqueira Rodas iniciou em abril o projeto de citricultura em Paranaíba, com a meta de plantar em 1.500 hectares.
Política Sanitária e Incentivos
Um dos fatores que impulsionam a citricultura no Estado é a política de "tolerância zero" ao greening, doença que devastou plantações em diversas regiões do mundo. O governo estadual implementou uma legislação rigorosa, determinando a remoção imediata de qualquer árvore infectada, prevenindo a disseminação da doença e garantindo um ambiente seguro para os produtores.
Além disso, o governo investe em infraestrutura e logística para facilitar o escoamento da produção, melhorando os acessos rodoviários e promovendo a mediação junto a órgãos reguladores, incluindo questões energéticas.
Futuro promissor
Com a consolidação da citricultura, a expectativa é que Mato Grosso do Sul não apenas amplie sua produção, mas também atraia indústrias do setor, agregando valor ao produto e impulsionando ainda mais a economia local. O governador Eduardo Riedel destacou a relevância desse crescimento: “Ficamos felizes com a confiança dos produtores em investir aqui. Temos um projeto audacioso que não só fortalece a agricultura, mas também abre caminho para a industrialização do setor”.
A nova fronteira agrícola de Mato Grosso do Sul está em plena expansão, consolidando-se como um dos principais polos de citricultura do Brasil. Com investimentos expressivos, políticas sanitárias rigorosas e infraestrutura adequada, o Estado se posiciona como um ambiente propício para o crescimento e desenvolvimento da atividade.